segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PESADO DEMAIS!


(NA BALANÇA)

Deita-se no peito, hirta insígnia (o tempo pesa).
Seca, a retina ignora a terra sobre a nuca
De quem voltou. Escuta urros. Já lhe cutuca
A culpa ao ver que a prece é morta e resta a reza.

De costa para o véu, lhe irrita a gente lesa
Ter levado a arca. Instruir como, se não educa
Nem mesmo aos filhos? Sua aparência caduca
Não tem peso ante quem a própria lei despreza.

Chega a mensagem: “Sangra Israel – morrem ambos,
Fineias e Hofni. Não impedimos, molambos,
Que os filisteus pegassem a arca entre hurras e hinos.”

Estremece-lhe o peito e a barba branca voa.
Icabode! Pesada e achada em falta a pessoa
Que leviana mostrou-se frente aos dons divinos.

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