sexta-feira, 16 de julho de 2010

ORDENAÇÃO DA MULHER E PEDOFILIA: CRIMES IGUAIS

Em meio à crise causada por padres envolvidos com pedofilia, a Igreja Católica prometeu maior rigor ao punir os culpados. Hoje, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, divulgou algumas mudanças nas leis eclesiásticas. Entretanto, se o objetivo era mostrar o compromisso da igreja com a justiça, o tiro saiu pela culatra. O que mais incomodou diversos setores da imprensa nas mudanças foi equiparar a tentativa de ordenar mulheres com crimes do nível de “abuso sexual de menores cometido por padres, heresia e cisma”, conforme fez questão de destacar o jornal The Guardian.

Historicamnete, a moral católica se revelou desastrosa em seus julgamentos. O exemplo típico se encontra na declaração de Gregório VII (papa de 1073 a 1085) sobre o celibato (tornado obrigatório por ele): “É preferível padres adúlteros, sodomitas e efeminados a aqueles que se casam”.

Com essa nova lei, o Vaticano dá brechas para um potencial aprofundamento na crise moral que vive a igreja. Isso por duas razões: primeiro, porque se discrimina a figura femina, considerando que a menor tentativa de integrá-la ao sacerdócio católico já é crime. Mesmo que outros cristãos discordem de que a mulher seja ordenada ao ministério (assunto para o qual a Bíblia não dá muita atenção), ainda assim considerar qualquer iniciativa nesse sentido como um crime, uma falta passível de punição, é, no mínimo, descabido exagero.

Em segundo lugar, cotejar a participação da mulher no ministério com casos de pedofilia relativiza a gravidade do crime sexual. Passa a impressão que um padre que abusou de um menino de oito anos é tão culpado quanto aquele que fez careta para um bispo desafeto! Não punir o crime, é passividade. Punir sem o devido rigor, vilania.

2 comentários:

Anônimo disse...

O papa do decreto sobre o celibato é Gregório VII e ele nunca disse tal coisa: http://www.fordham.edu/halsall/source/g7-reform1.html

Um abraço fraterno.

douglas reis disse...

Anônimo,

Você apenas repetiu a mesma informação do texto, a saber que Gregório VII foi responsável sobre o celibato. Quanto à declaração que citei, se acha em um volume antigo chamado história dos papas. Aliás, o link que você enviou não contradiz isso...