segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

VIRGEM IMPOTENTE



A barriga
Adquirindo contornos
De vida à espreita, dentro.

Juvenil
E intocada, sem o íntimo
Conluio entre nudezes.

Poderiam
Condena-la com pedras,
No mínimo abortivas.

Ela prende
Os escuros cabelos
Que encapuzam seus seios

(Mesmo um Rei
Tem de sugar o leite
Para crescer reinando.).

Pecadora,
Suplica pela graça,
Condição de conforto.

(Oh mistério,
Que uma placenta humana
Em nada O maculasse.)

(E, de fato,
O feto é Santo, isento
Das heranças da mãe.)

A tarefa
Assaz perturbadora;
Como irá ante o noivo?

Pesam dúvidas…
Resta-lhe exercer fé
Em Deus que anda em seu ventre.

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