domingo, 3 de janeiro de 2010

A UM DESERTOR



A meu irmão Daniel de Souza Reis

Pobre a larva que não prova a metamorfose!
Terá remorso eterno e eterno lamento,
Como a onda revolta e bravia que o vento

Matou com pouca areia, um só golpe, uma dose.


E sem provar o ardente, o duro sofrimento

De tentar sem, contudo, atingir a apoteose,

Você quer desistir antes de que se entrose

Com a luta. Ah! Abandona agora um pensamento

Louco assim! Desistir é sofrer muito mais,
E não ir adiante, apagar ideais.
Por que se preparar para colher remorsos?

Antes tentar, lutar e a batalha perder,

Desde que se prossiga até no elmo pender
O louro da vitória, a sega dos esforços.

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