quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A DIETA DA FÉ


Que pode querer um escravo de guerra senão a mercê genuína de manterem-no vivo Ao menos enquanto aprouver a seus senhores Levando em conta que o cativo é descartável Para aquém de inócuo Desprezível e inútil Nenhuma gota de vontade pode transparecer em sua compleição O escravo não suplica Ele se submete Seus andrajos devem lhe parecer supremamente mais favoráveis do que o escândalo de sua nudez Um escravo deve se alegrar com a ordem Pois seu senhor dignou-se a lhe dirigir a voz O escravo é uma alma esvaziada Não aquele escravo
Gabriel ouviu do Céu
Ao anjo que assiste diante do trono foi dito
Ele é meu amado
E eu cuido de quem amo
Um escravo que recuse da porção real Um escravo que se atreva a julgar o banquete como impureza Um escravo que não sinta devoção Ainda que fosse uma devoção mecânica e desprovida de fervor Pelos deuses de seu senhor
Meu Deus Tu és o Único Salvador
Minha Rocha Em quem confio dia e noite
Bem sabes Senhor Que sou Teu servo em tudo
Meu corpo é Teu templo Onde habitas e vives
Não o deixarei contaminar-se nunca
Ainda que me custe a vida conservá-lo

A inspeção encontrou os jovens apreensivos Conquanto quatro entre os cativos hebreus sorrissem interiormente Sabendo Com antecipada segurança Qual seria o resultado Apenas eles podiam prever Os encarregados Entretanto Esboçavam indiscretamente seu assombro E as figuras em seus rostos nada escondiam Como poderiam vegetais e grãos Acompanhados por água pura Revelarem-se fonte de saúde Ainda mais que abençoados não por um panteão Porém pela mão de um Deus Cujo povo Nabucodonosor vencera com um dedo
Gabriel sabia Ele mesmo escutara a voz do trono A voz que agora se ouvia irradiando gargalhadas

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